Arzila 0-2 ADCR Pereira

Após uma entrada em falso no Campeonato, com uma inesperada derrota caseira, a equipa do ADCR Pereira deslocou-se ao reduto do vizinho Arzila, no que se previa ser um jogo difícil, marcado pela tradicional rivalidade que caracteriza estes "derbies". Para abrilhantar a partida, ambiente efusivo nas bancadas, com os adeptos de Pereira, em grande número, a marcarem presença.

ADCR Pereira: Pedro; Peralta, Rúben Couceiro, Daniel Paixão, André Mendes; João Tarrafa, Rui Miguel (Daniel Heleno 50m), Zé Miguel (Fábio 70m); Paulito, Rui Tinoco (André Rasteiro 54m), José Macedo (Tarrafa 54m)

Suplentes: Luís, Xano, Fábio, Joel, Tarrafa, Daniel Heleno, André Rasteiro

O ADCR Pereira entrou em campo com algumas alterações face ao onze apresentado na jornada anterior, com um meio campo mais musculado, assente no posicionamento de Rui Miguel e na dinâmica de João Tarrafa (grande exibição) e Zé Miguel. Uma aposta que se viria a revelar acertada por parte do treinador João Marques, pode até dizer-se que o ADCR Pereira começou aqui a vencer o jogo, controlando as operações no centro do terreno e nunca permitindo qualquer veleidade ao Arzila. Estes, uma equipa com pouco talento, que baseia o seu jogo na atitude guerreira dos seus jogadores (em alguns casos, a roçar o jogo violento), depressa se aperceberam que teriam muitas dificuldades em chegar perto da área contrária e aproveitavam qualquer bola para tentar lançar, em jogo direto, os seus homens da frente.

Aos três minutos, golo anulado à turma de Pereira. Jogada de insistência protagonizada por José Macedo na esquerda, que cruza para o meio, onde aparece um defensor do Arzila a desviar para a própria baliza. Um erro incrível do árbitro auxiliar que, do lado oposto ao lance, considera que Macedo já cruzou para além da linha de fundo.

A equipa de Pereira não baixou os braços e, no seu melhor período na partida, foi somando oportunidades para marcar. Aos 10m, Paulito cabeceou por cima ao primeiro poste e aos 14m Rui Tinoco rematou às malhas laterais, após bom trabalho sobre a esquerda.

Aos 18m, finalmente o primeiro golo do desafio. Previsível, diga-se. Excelente cruzamento da direita e José Macedo a aparecer a finalizar de cabeça, num lance em que, no entanto, o guarda-redes do Arzila não fica isento de responsabilidades.

Depois do golo, o jogo baixou de ritmo. Ainda assim, os visitantes podiam ter dilatado o marcador quando Zé Miguel falhou o desvio à boca da baliza na sequência de um pontapé de canto.

Ao intervalo: 0-1.

O segundo tempo não poderia ter começado da melhor maneira para os de Pereira, com José Macedo a fazer o segundo no jogo e na conta pessoal, ao cabecear de forma fulgurante para o 0-2, após canto do lado esquerdo.

Com o jogo resolvido, vieram as substituições e o jogo perdeu qualidade. Muito por culpa dos homens da casa que, a partir dai, resolveram deixar de tentar jogar futebol e perderam-se em quezílias desnecessárias, entradas violentas e muitas críticas ao árbitro da partida. 

Como resultado, meia hora em que o jogo se arrastou penosamente para o seu final, com três expulsões para os anfitriões (aos 58m, 65m e 77m), bancadas inflamadas e vida muito complicada para a equipa de arbitragem.

Vitória fácil e justa para os pereirenses, em que a pressão da necessidade de ganhar impediu que a equipa apresentasse uma melhor qualidade de jogo e aproveitasse a desorientação do adversário na segunda parte para ampliar o resultado.

Melhor em campo: José Macedo.