quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Olha quem fala...(com José Carlos)

O nosso entrevistado de hoje decidiu recentemente colocar um ponto final na sua longa "carreira" de futebolista e abraçar um novo desafio duplo. Actualmente, acumula funções de Treinador-adjunto nas equipas de  Benjamins e de Seniores da ADCR Pereira.  Hoje, fala-vos o José Carlos, o responsável pelos nossos guarda-redes. 

1 -  Boa noite Zé. Depois de um longo período enquanto atleta, pelo que julgo saber, decidiste pôr fim a esse ciclo e abraçar o desafio de integrar as equipas técnicas do plantel sénior e dos escalões de formação. É um adeus definitivo? Qual a razão dessa tomada de decisão?

JC - Boa noite. É um adeus aos relvados mas não ao futebol. Neste momento, com 35 anos, já não me sinto com as capacidades físicas exigidas para poder dar o contributo necessário à equipa. Como tal, aceitei com muito orgulho e prazer o convite feito pela Direcção e respectivos treinadores para me juntar às equipa técnicas referidas.


2 - Foram muitos anos no activo, com passagem por diversos clubes da região. Fala-nos um pouco do teu percurso enquanto atleta. Como o  avalias? O balanço que fazes, é positivo? 

JC - Sem dúvida que sim. Desde a minha estreia aos 17 anos na equipa do ADCR Pereira, com uma subida de divisão, até ao último ano que joguei, em que conseguimos ser campeões da INATEL (agência de Coimbra), foram vários os clubes em que joguei. A Académica, nas camadas jovens, foi muito importante no meu crescimento como atleta. Também não me esqueço dos cinco anos que passei em Arzila, onde consegui as minhas melhores épocas em termos de golos. A subida de divisão no Académico do Paço, numa época sem derrotas, e um ano no Norton de Matos, clube que infelizmente acabou, foram igualmente marcantes. 

3 - Consegues identificar a tua melhor época? E o melhor golo?

JC - A minha melhor época foi em Arzila, onde marquei 24 golos num ano. O meu melhor golo não consigo dizer, mas lembro-me muito bem do golo que mais me marcou. Foi em 2008, em Pereira. Depois de 3 anos sem jogar futebol, voltei em 2008 e tinha o objectivo de voltar a sentir o prazer de marcar. E o primeiro golo depois do regresso foi muito especial.

4 - Começaste nas camadas jovens do ADCR Pereira. Quais as grandes diferenças que vês desses tempos para o presente?

JC - Quando comecei nas camadas jovens do ADCR Pereira, muitas vezes faltava água quente para tomar banho,  não tinha-mos muitas bolas e as instalações eram antigas e um pouco degradadas. Actualmente, o clube deve orgulhar-se das estruturas que tem. Temos um complexo desportivo muito bom para a prática desportiva e com condições para formar novos atletas. O clube em si também está diferente. Nos últimos anos, criou-se uma dinâmica de vitória interessante à volta do clube, algo que me agrada bastante.

5 - E agora, no papel de treinador, como têm corrido os primeiros tempos? Tem sido dentro das tuas expectativas ou tens ficado surpreendido com o que encontraste no clube?

JC - Posso dizer que tem sido muito fácil trabalhar, tanto com o Xano na equipa de Benjamins , como com  o Mister João na equipa sénior  Os jogadores também têm facilitado a minha integração na equipa técnica. Por agora, o balanço é muito positivo.

6 -  Para ti, quais as grandes diferenças entre treinar o futebol de formação e o futebol sénior?

JC - Para mim são coisas muito distintas. Enquanto no futebol de formação, como o nome indica, nós formamos futuros jogadores e homens, no futebol sénior temos de fazer uma gestão de homens, o que nem sempre é fácil. Outra das grandes diferenças entre eles é o modo como preparas o jogo e o jogadores. No futebol jovem, e numa primeira fase, deves sempre trabalhar os miúdos para que eles aprendam a jogar em várias posições e deves dar espaço para que evoluam tecnicamente. No futebol sénior, o factor táctico e psicológico é muito mais importante e trabalhado. Para mim, o nosso objectivo nas camadas jovens devia passar por formar jogadores para eles poderem vir a jogar em clubes de outra dimensão.  

7- Depois de um começo algo irregular da equipa principal, achas que os adeptos ainda podem sonhar com novo título?

JC - Claro que sim. Este ano a equipa tem mais soluções, os jogadores já conhecem os métodos de trabalho e as ideias do Mister João. Neste momento, é uma questão de continuar a trabalhar e acreditar. A equipa técnica acredita bastante nestes jogadores. Só espero que os nossos adeptos continuem a apoiar, porque sem eles seremos mais fracos.

8 - E no que respeita ao trabalho com os guarda-redes, como avalias os primeiros tempos?

JC - Tem sido muito positivo. Eles têm estado a assimilar muito bem os novos métodos de trabalho. Eles tem muita qualidade e vontade de trabalhar, o que facilita o meu trabalho.

9 - Quais os teus objectivos a médio/longo prazo? Tencionas vir a treinar uma equipa de Seniores?

JC - A curto e médio prazo o meu objectivo passa por ajudar os treinadores a alcançarem os objectivos com as respectivas equipas. O futuro a Deus pertence, não penso nisso neste momento. Vivo um dia de cada vez.

10 - Para finalizar, gostarias de deixar alguma mensagem para o balneário?

JC - Só quero dizer que acreditem neles pois a equipa técnica acredita. O maior adversário deles são eles mesmos. Se estivermos todos unidos, ninguém nos vence. Força Pereira!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

45.º Aniversário da Velha Guarda CAP





GDR Chã 3-3 ADCR Pereira


Tarde de Outono antecipava um belo espetáculo futebolístico para o jogo da jornada.

Equipa Inicial: Keci (Pedro), Peralta, Mendes, Daniel, Rui Miguel (João Tarrafa), Fábio (Joel), Zé Miguel, Barroco (Zé Macedo), Paulito, Rui Tinoco, Tarrafa (Daniel Heleno).

Suplentes não utilizados:  Xano, Deryk.

A primeira parte começa com a equipa de Pereira a impor a toada do jogo, com transições rápidas que confundiam em momentos a defesa adversária, onde Zé Miguel e Barroco assumiram grande destaque. Foi então, sem surpresa, que surge o primeiro golo da tarde, onde Tarrafa aproveita da melhor forma um passe lateral de Paulito e remata certeiro à entrada da área para o fundo das redes da equipa da casa. 
Passados 2 minutos, a equipa da ADCR Pereira poderia ter ampliado a vantagem num remate espontâneo de Tarrafa a meio do meio campo ofensivo, fazendo a bola embater com estrondo na barra da baliza defendida pelo guardião do Chã. A toada mantinha-se, com a equipa de Pereira bem nas marcações e criando jogadas rápidas com os seus extremos a chegarem com relativa facilidade ao último terço do terreno. Num desses lances, surge o segundo tento para a ADCR Pereira, num lance em que o guarda-redes aparentemente tinha a bola controlada, deixa esta escapar junto à linha de fundo e o sempre oportuno Tarrafa, praticamente sem ângulo, disfere um remate em arco, fazendo a bola entrar no canto superior esquerdo da baliza. 
Chega o intervalo com um resultado justo e perfeitamente adequado.

Sem que nada o fizesse prever, começa a segunda parte com a equipa da ADCR Pereira adormecida, contrariando o ritmo elevado praticado na primeira parte. Perante isto, logo nos minutos iniciais da segunda parte surge o golo da equipa da casa através da execução de uma grande penalidade, cometida por mão na bola de Daniel, na sequência de um livre direto. O jogo continua, com a equipa da casa a vir para cima da equipa da ADCR Pereira, procurando anular a desvantagem de um golo que se verificava no resultado. 
Foi, portanto, contra a corrente do jogo que o ADCR Pereira aumenta a parada, através de uma jogada praticamente perfeita entre Tarrafa, Tinoco e por fim Paulito a rematar forte e colocado sem hipóteses de defesa para o guarda-redes da casa. Com este golo, a equipa da ADCR Pereira respirou e cresceu no terreno, voltando a criar ocasiões de perigo. Numa dessas ocasiões, e depois de um grande trabalho individual de Tarrafa, um defesa da casa comete falta dentro de área, dando lugar à marcação de uma grande penalidade. Grande penalidade essa desperdiçada pelo jogador que a criou, Tarrafa. 
Logo após esta infelicidade, para surpresa de todos, em dois minutos a equipa da casa marca dois golos, tirados a papel químico, na sequência de dois pontapés de canto.

Empate com sabor amargo da equipa da ADCR Pereira, que não conseguiu aproveitar a vantagem alcançada.


(crónica por Fábio André)

sábado, 23 de novembro de 2013

Benjamins: ADCR Pereira 4 - 1 SC Ribeirense

A nossa equipa de Benjamins bateu hoje, em casa, o SC Ribeirense por quatro bolas a uma.







Parabéns, miúdos!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

De 0 a 10


Keci (7) - Jogo sem muitas oportunidades de intervir. Teve uma intervenção mais complicada na primeira parte mas bem resolvida. Esteve bem sempre que foi chamado a jogar com os pés.

Peralta (7) - Primeira parte com alguns erros de marcação que conseguiu compensar com a sua velocidade. É um jogador que deixa tudo em campo e nunca vira a cara a luta.

Mendes (7) - É um lateral com enorme vocação ofensiva. Esteve bem a defender e conseguiu por várias vezes apoiar o ataque. Esteve na origem do quinto golo, marcando o canto. Substituído aos 25 minutos da segunda parte.

Daniel Paixão (7) - Tarde acertada do líbero. Esteve sempre rápido e eficaz a fazer as dobras na retaguarda. Comandou bem a defensiva do ADCR Pereira.

Rui Gonçalves (8)  - Foi do Capitão o primeiro golo da equipa. Mostrou raça e empenho tanto nas acções defensivas como ofensivas. Esteve implacável na marcação e nas bolas pelo ar.

Fábio (7) - Foi o pêndulo do meio campo. Jogo sereno e bem conseguido do trinco da equipa. Esteve bem na primeira fase de construção jogando rápido e simples.

Zé Miguel (8)  - É o motor da equipa. Um jogador box to box. Esteve bem tanto a recuperar bolas como a fazer jogar. Saiu aos 15 minutos da segunda parte quando já tinha amarelo.

André Rasteiro (8) - Fez o melhor jogo esta época. Soltou rápido a bola e jogou simples. Deu profundidade ao meio campo e fez o melhor golo da tarde. Saiu aos 25 minutos da segunda parte.

Paulito (8) - Quando joga simples é uma mais valia para a equipa. Rápido e tecnicamente evoluído conseguiu por as suas qualidades ao dispor da equipa. Marcou o segundo golo e teve em vários lances de ataque.

Rui Tinoco (8) - Jogo muito bom do extremo esquerdo. Mostrou que não é preciso marcar golos para fazer grandes jogos. Rápido e desequilibrador pela ala esquerda. Esteve bem sempre que foi preciso defender e acompanhar o defesa adversário. Ainda teve tempo para assistir para dois golos da equipa.

Tarrafa (8) - Sempre presente nas manobras ofensivas da equipa. Foram dele as melhores oportunidades da primeira parte. Mostrou que é um elemento chave nos desequilíbrios ofensivos. Marcou um golo de livre na segunda parte acabando por ser substituído pouco depois.

Malhão (6) - Entrou na segunda parte para o meio campo. Teve alguma dificuldade em entrar no ritmo de jogo mas conseguiu equilibrar a zona de meio campo assim que acertou a marcação.

Zé Macedo (7) - É o tipo de avançado que os defesas detestam. Não dá uma bola por perdida nem vira a cara a nenhum lance. Entrou bem no jogo e ainda teve tempo para fazer o ultimo golo da partida ao finalizar na pequena área da melhor maneira.

Renato (6) - Fez os seus primeiros minutos este campeonato. Entrou para defesa esquerdo e esteve bem nos processos defensivos.

Ricardo (6) - Entrou a 20 minutos do final para a frente de ataque. Sempre muito batalhador, ainda viu ser -lhe anulado um golo após um livre directo.


(por José Carlos)

ADCR Pereira 6-0 CP Alqueidão

A tarde de sol que se fez sentir no Complexo Desportivo de Santo Estêvão, em Pereira, fazia antever um bom espectáculo futebolístico.

ADCR Pereira: Keci, Peralta, Daniel, Rui Gonçalves, Mendes (Renato), Fábio, Zé Miguel (Malhão), André Rasteiro (Ricardo), Paulito, Rui Tinoco, Tarrafa (Zé Macedo).

Suplentes não utilizados: Luís, Rúben Couceiro, João Tarrafa.

A equipa de Pereira entrou em campo pressionante e personalizada desde o começo da partida, mostrando que queria desde cedo resolver o jogo e deixar para trás o mau começo de época. 
Com o meio campo a jogar de forma simples e rápida, o ADCR Pereira foi-se acercando da baliza adversária e criando jogadas de bastante perigo. O tridente atacante esteve em evidência tanto pelas ocasiões criadas como pela eficácia demonstrada. Foi sem qualquer surpresa que à passagem dos 13 minutos, e numa jogada estudada, os homens da casa inauguraram o marcador pelo seu Capitão de equipa,  Rui Gonçalves. Rui correspondeu da melhor maneira a um canto apontado por Rui Tinoco na esquerda do ataque. 
O golo deu a confiança que faltava à equipa e foi sem surpresas que se viu uma equipa a trocar a bola rapidamente e a sair no contra-ataque de forma eficaz. E foi assim que à passagem do minuto 22, o ADCR Pereira chega ao segundo golo. Bola ganha a meio campo e lançamento rápido para Tarrafa que, descaído para a esquerda do ataque e já dentro da área, oferece o golo a Paulito. 
Ainda na primeira parte, os adeptos puderam assistir a uma das melhores jogadas do encontro. Jogada desenrolada pelo lado direito da  equipa, com troca de bola à entrada da área e uma excelente finalização de André Rasteiro. 
De referir que a equipa do CP Alqueidão só criou problemas à defensiva de Pereira em bolas paradas e num lance de bola corrida no qual Keci se opôs com qualidade.

O intervalo não trouxe nada de novo.  A equipa de Pereira entrou novamente com uma enorme dinâmica ofensiva, a jogar simples e a aproveitar os espaços vazios. À passagem do minuto 10 da segunda parte, Tarrafa aproveitou um livre directo à entrada da área para fazer o 4-0. O técnico da equipa da casa aproveitou a segunda parte para promover algumas alterações no onze sem que esta se tenha ressentido minimamente com as mexidas. O quinto golo nasce na sequência de um canto batido por Mendes. A bola passa por toda a pequena área e é um defesa da equipa de Alqueidão que introduz a bola na sua baliza. Ao minuto 33 e na sequência de um livre directo, Ricardo ainda viu invalidado um golo por fora de jogo duvidoso. 
Para fim de festa, foi a vez de Zé Macedo entrar também nas contas desta partida fazendo o sexto e último golo. Jogada pelo lado esquerdo e cruzamento de Rui Tinoco para finalização na pequena área.

O árbitro realizou uma partida sem grandes problemas, passando despercebido no jogo, algo que é sempre positivo.


(crónica por José Carlos)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Olha quem fala... (com João Filipe Galvão)

Depois do Treinador, do Presidente e do Capitão da ADCR Pereira, hoje damos voz a um adepto. Mas não um adepto qualquer. O nosso entrevistado desta semana é alguém que vive o futebol intensamente e, como o próprio faz questão de referir, cuja ligação ao clube é "quase umbilical". 


1 - João, desde muito novo ligado ao clube, começaste como atleta. Depois, uma lesão grave pôs-te fora de campo e iniciaste o teu percurso como treinador. A lesão apenas antecipou um futuro anunciado ou foi a forma que encontraste para te manteres ligado ao clube?

JFG - Sim, comecei como atleta mas a minha ligação ao clube começa antes. A minha ligação ao clube, não devendo ser única, é peculiar. O meu avô foi jogador do clube, para muitos mesmo o melhor, e capitão, e o meu pai foi jogador, capitão e treinador, logo a minha ligação começa quase no berço. É quase como que uma cátedra. Tenho e continuarei a ter uma ligação quase umbilical ao clube. No que diz respeito à questão propriamente dita, é óbvio que a lesão antecipou a decisão. Ainda que não tenha sido um praticante fora de série, é evidente que teria gostado de ter continuado a praticar. Não tendo sido possível, e aqui o meu pai teve um papel fulcral, optei pela vertente técnica. Em boa hora! Sou muito melhor treinador do que fui jogador, sem dúvida.

2 - Começaste nas camadas jovens do ADCR Pereira. Sabendo que continuas atento aos escalões de formação, pergunto-te se consideras que há talento no clube? Podemos estar descansados quanto ao futuro?

JFG - Continuo atento aos escalões de formação e sim, há talento. A rodos! Se podemos estar descansados quanto ao futuro, depende. No que diz respeito ao talento, claramente que sim, no entanto é necessário trilhar um caminho sustentado no que diz respeito à formação, o que não tem acontecido nos últimos anos, arriscaria a dizer que nos últimos 15/20 anos essa sustentabilidade não existiu e urge que as entidades decisórias olhem para a formação de uma forma séria e como a possibilidade real da evolução do e de um clube.
                                                                        
3 - De que forma pensas que um clube como o ADCR Pereira pode potenciar esse talento e evitar que os miúdos que se destacam saiam precocemente para outros emblemas?

JFG - Obviamente que será com a criação dos respectivos escalões de formação. Como disse na resposta anterior, é necessário um desenvolvimento sustentado e só desta forma é possível garantir a continuidade dos jovens no clube. Temos perdido grandes, enormes valores a partir da formação. Devo dizer, no entanto, que o presidente está a fazer um grande esforço neste sentido. Digo-o por saber ser verdade.

4 - Em termos de condições de trabalho, achas que ainda existe muito para fazer? Consegues identificar diferenças entre as que existiam no “teu tempo” e as que existem actualmente?

JFG - Relativamente às condições, bem, neste momento são magníficas. Não se pode exigir mais. Começando pela construção dos novos balneários e finalizando com a implantação do relvado, que está fabuloso, estas são condições inigualáveis. No que diz respeito às diferenças entre as condições do “meu tempo”, ou “nosso tempo”, e as actuais, não existe paralelismo possível. Relativamente às existentes enquanto jogador e posteriormente enquanto treinador, as actuais são sem dúvida melhores, no entanto devo ressalvar que enquanto treinador nunca me queixei e sempre desenvolvi, ou desenvolvemos, o meu/nosso trabalho com rigor e seriedade. Devo terminar utilizando uma citação de Fernando Pessoa, que serve também para finalizar as duas questões anteriores: “Condições de palácio qualquer terra larga tem, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”. É necessário explorar ao máximo as potencialidades daquele espaço magnífico, caso contrário ficará sempre a sensação de subaproveitamento…

5 - Depois, veio a experiência como Treinador-adjunto nos Seniores, numa época em que a equipa ficou aquém das expectativas. O que correu mal?

JFG - A experiência como adjunto nos Seniores foi uma experiência enriquecedora, como faço questão que todas sejam, no entanto, de facto, não correu dentro do esperado. Desde logo, porque não começou bem, com um vazio directivo que quase deitou tudo a perder. E depois, porque se começou muito tarde, com indefinição de quem seria o treinador, se haveria, eventualmente, dinheiro para a inscrição de jogadores e de todas as operações logísticas inerentes. Depois, no plano pessoal, houve, claramente, muita falta de experiência da minha parte. Aliás, costumo confidenciar que comparando a actualidade com aquela altura, eu não sabia praticamente nada. No entanto, foi uma experiência que me ajudou a crescer, isso é lógico, não tenho dúvidas e, apesar de tudo, tive muito gosto. Afinal, estava a representar o meu clube.

6 - Tencionas um dia voltar a trabalhar no clube como Treinador principal?

JFG - É lógico que tenciono, aliás nunca o escondi e nem nunca fiz, nem faço, questão de o esconder. As pessoas sabem o que sinto pelo clube. Mas devo dizer que não faço disso um “cavalo de batalha”. Serei treinador principal quando tiver que o ser e quando ou se o entenderem…

7 - Já no AR Casaense, voltaste a treinar os escalões de formação. Quais as diferenças encontradas? Na altura, não te sentiste a regredir? Ou, pelo contrário, achaste que devias “dar um passo atrás para depois dar dois à frente”?

JFG - A principal diferença que identifiquei foi a organização do clube. Encontrei um clube extremamente organizado, com planificação de tudo, desde qual o balneário onde cada escalão equipava, até à obrigatoriedade de cada elemento do clube, incluindo os treinadores, se apresentar nos treinos ou jogos com o equipamento e as respectivas insígnias do clube. Na altura, sinceramente, não considerei ser um passo atrás. Na época anterior tinha tomado a decisão de sair do ADCR Pereira porque me sentia agarrado ao lugar e senti que os jogadores tinham a necessidade, e porque não o direito, de conhecer um novo treinador, com outros processos, outros métodos. Não há treinadores iguais. Saí sem nenhum convite. Em Junho de 2010, durante uma conversa meramente informal com o Paulo Barreirinhas, amigo e antigo colega de equipa, falei-lhe da minha decisão e um mês depois estava no AR Casaense. Considero que foi a viragem no meu processo evolutivo. Conheci treinadores fantásticos, inclusive o próprio Barreirinhas, e dois deles são as minhas grandes referências, a par do Fernando Gonçalves, de quem fui adjunto, e do meu pai, claro. São eles o Rui Carlos e o Jorge Rodrigues. O Rui é um mestre do futebol, antigo jogador profissional de Académica, Estoril, entre outros, ensinou-me muito, muito mesmo, respira futebol. Com o Jorge foi algo de inexplicável. Treinámos os Iniciados e criámos uma empatia difícil de descrever, que se transferia para a equipa, tanto ao nível do treino como do jogo. Fizemos uma grande época, na qual alcançámos o 3.º lugar na classificação, à frente, por exemplo, da Académica. Tive um prazer enorme em trabalhar com os dois. Foi uma experiência incrível e, hoje, tenho um grande respeito pelo AR Casaense.      

8 - Neste momento, estás afastado do futebol por opção ou os convites não têm surgido?

JFG - Estou afastado por opção. Felizmente, os convites têm surgido, até de uma equipa do distrito de Leiria. Não aceitei nenhum até agora por considerar não ser “aquele” convite, apesar do convite do clube do distrito vizinho ser muito, bastante aliciante, a distância falou mais alto. No entanto, continuo aberto a propostas e tenciono voltar a treinar tão brevemente quanto possível.

9 - O ADCR Pereira começou o Campeonato de forma irregular, com uma vitória e duas derrotas. Como espectador atento que és, o que pensas do actual momento da equipa?

JFG - O que o ADCR Pereira precisa, neste momento, é de tranquilidade. Não vou tecer grandes comentários, mas sei que têm um grupo forte e vão ser capazes de ultrapassar o momento. São situações que acontecem e só não passa por elas quem nunca dirigiu uma equipa. Ser treinador é mais difícil do que as pessoas imaginam…

10 - Em tua opinião, o que tem falhado? Consegues apontar alguma vertente do jogo que necessite de ser melhorada?

JFG - Conseguir, consigo. No entanto, não me parece ético estar a tecer tal tipo de apreciação neste espaço. Por respeito ao Mister João, mas, sobretudo, por respeito à instituição que me ensinou a ser jogador, a ser treinador e, especialmente, a ser Homem, não o farei. Além disso, como disse na resposta anterior, a equipa precisa de tranquilidade.


Muito Obrigado!


domingo, 10 de novembro de 2013

CP Lavos 2 – 0 Pereira

Tarde muito desinspirada para os homens de Pereira, que se deixaram surpreender pela modesta mas aguerrida equipa de Lavos.

ADCR Pereira: Pedro, Peralta, Mendes (Isqueiro), Ruben Couceiro (Zé Miguel), Daniel, Rui Miguel, Joel, Paulito, Heleno (Barroco), Tinoco (João Tarrafa), Tarrafa

Suplentes não utilizados: Keci, Fábio, Malhão.

Primeira parte muito má da formação de Pereira, onde o desacerto nas marcações aliado à desinspiração já referida fez com que a equipa da casa se adiantasse no marcador. Na sequência de um livre lateral, a bola é aliviada para a entrada da área onde aparece um homem da formação de Lavos a rematar sem oposição. O remate beneficia ainda de um desvio involuntário de Rui Miguel que traiu Pedro. Cinco minutos volvidos, novo golo da equipa da casa que surge de uma perda de bola na transição ofensiva da equipa de Pereira proporcionando um contra-ataque mortífero ao adversário.
Até final da primeira parte, é de salientar uma grande penalidade desperdiçada por Rúben Couceiro após uma mão nítida do defesa da casa dentro da área.

Na segunda parte, os nossos homens voltaram para dentro de campo com outra atitude e com todo o querer para virar o jogo, tornando a partida num jogo de sentido único, onde a palavra de ordem era atacar. Contudo, fê-lo, na maioria das vezes, mais com o coração do que com a cabeça, encontrando do outro lado uma equipa que deu tudo para segurar a vantagem até final, tornando as coisas muito difíceis e obrigando o ADCR Pereira a jogar mal.


Mau jogo do ADCR Pereira, com erros que não se podem repetir e com uma entrada em jogo sem a intensidade exigida, ficando aquém das expectativas.


(crónica por Fábio André)

Resultado


CP Lavos 2-0 ADCR Pereira

terça-feira, 5 de novembro de 2013

domingo, 3 de novembro de 2013

Olha quem fala... (com Telmo Renato)

Sem desprimor para os ilustres convidados anteriores, este é um "Olha quem fala..." especial, que muito honra este espaço. 
Ele já é um símbolo do clube. 
Respeitado por todos, é o verdadeiro Capitão. Aquele que se impõe não pela autoridade mas pela humildade, companheirismo e pelo exemplo que sempre foi para todos nós.

Hoje, prestamos merecida homenagem ao "nosso" Renato.


1- Há quantos anos estás no clube? Lembras-te de como tudo começou?

TR - Estou no clube há cerca de 9 ou 10 anos! Lembro-me como se fosse ontem! Após ter estado no meu ultimo ano de júnior (e o primeiro como futebolista) com as nossas cores ao peito, houve um período em que não pratiquei futebol. Quando o decidi voltar a fazer, o ADCR Pereira estava num patamar muito elevado, daí eu resolver ir jogar para o Grupo Desportivo de Figueiró do Campo, na distrital. Num dos jogos amigáveis entre o ADCR Pereira e este clube, fui abordado pelo Joaquim Malhão (grande elemento da Direcção) que me conheceu e mostrou o seu descontentamento por eu ser “filho da terra” e andar a defender as cores de outra equipa! Chamou-me à razão e é desde aí que defendo o nosso clube.

      2 - O que é para ti ser o Capitão desta equipa?

TR - Uma enorme responsabilidade e um grandioso orgulho. Acima de tudo, significa representar todos os que foram capitães, atletas, seccionistas até à data, respeitando-os sempre! Não desprezando os atuais, mas o ADCRP e o CAP tiveram grandes representantes desta braçadeira! 

      3 - Sentes-te mais respeitado pelos colegas pelo estatuto que tens no seio da equipa?

TR - Respeitado, sim! Faço todos os possíveis para que seja um deles e nunca ser mais do que eles. Claro que quando é preciso subir o astral estou presente, se for preciso repreender também o faço, mas acima de tudo quero que todos se sintam bem e que sintam o que é levar o símbolo ao peito para dentro de campo.

     4 - Como foi levantar o troféu de Campeão Distrital do INATEL ao serviço do clube da tua terra?

TR - Ena, isso foi excelente! Graças a Deus, já tive oportunidade de o fazer duplamente, mas é tremendo ver aquela massa associativa a torcer por nós em todos os jogos, e acima de tudo , na Final, em que arrepia ter o emblema ao peito, com a taça na mão, e os sócios gratificando-nos pelas prestações dos nossos elementos. Foi uma alegria imensa!

      5 - Qual o melhor momento que viveste ao serviço do clube?

TR - Daria uma pagina inteira as alegrias que tive neste período de prática desportiva... De salientar a amizade conquistada com todos os elementos com quem convivi, e que fazem parte da história da ADCR Pereira, que faço questão de manter! Mas, evidentemente, que fica na memória o levantar dos troféus!

      6 - E a maior desilusão?

TR - Desilusões são poucas! Relembro-me que houve uma época em que faziam questão em que eu não fizesse parte do plantel, sendo eu já Capitão em épocas anteriores, para inscrever um jogador de fora...  Com certeza poderia ser melhor jogador que eu, mas não sentiria as cores do clube como eu sentia e sinto!

      7 - Esta época ainda não jogaste, ficando mesmo fora das opções do treinador para as duas convocatórias existentes. Algum sentimento de injustiça por isso?

TR - Nunca na vida! A minha vida profissional não me permite estar presente em todas atividades do clube como os restantes atletas. Sabendo eu que o mister João tem  a política de premiar a assiduidade nos treinos, e que quem demonstra dentro de campo é que merece permanecer na lista de convocados, só me resta continuar a trabalhar com mais afinco, pois a minha oportunidade há de chegar! Nem que seja só a de vestir as nossas cores, com o símbolo ao peito. Desistir é que nunca!


8 - A nível pessoal, o que seria para ti uma boa época?

TR - Para mim, desculpem-me os mais ambiciosos, seria uma excelente época um tri-campeonato com a junção da Taça, competição nova implementada pela INATEL.

9   9 - Já estás na casa dos trinta. Ainda te sentes com força ou já pensas na retirada? Tencionas jogar até quando?

TR - Não. Já fiz um enorme esforço em poder permanecer esta época, prejudicando-me profissional e monetariamente. Mas sem remorsos, faço-o porque me sinto integrado, bem recebido, e acima de tudo, “amado” pelos sócios. Já disse a alguns elementos e aproveito esta oportunidade para o fazer publicamente, que a minha retirada será no final desta época.

     10 - Já pensaste como será quando deixares de jogar? Gostavas de continuar ligado ao clube, como dirigente, por exemplo?

TR - Deixar de jogar irá ser horrível, com certeza! Foi muito tempo ligado a uma colectividade pelo que será difícil.  Alegrias, tristezas, festejos, derrotas, muitas emoções nestes tempos em que estive presente. Com enorme alegria vos transmito que fui convidado pelas listas da atual Direcção e da “ adversária”  nas últimas eleições para fazer parte das mesmas, mas sentia que sendo jogador não o deveria fazer pois não me poderia dedicar a  cem por cento nesse capitulo. Mas quero, acima de tudo, retribuir à Direcção e às anteriores, num futuro breve, todo o bem que têm feito por mim neste clube. Ou seja, numa das próximas vezes, estarei presente na Direcção do ADCR Pereira com enormíssimo orgulho!


Muito obrigado, Capitão.

TR - Muito obrigado e Carrega Pereira! Rumo ao tri!