sábado, 28 de dezembro de 2013

Amigável: ADCR Pereira 2-1 ADC Adémia

ADCR Pereira: Pedro; Peralta, Fábio, João Tarrafa, Mendes; Joel, André Rasteiro, Tarrafa; Paulito, Ruben, Rui Tinoco

Suplentes: Daniel, Renato, Deryk, Didi

Foi uma equipa com algumas ausências importantes aquela que se apresentou hoje no amigável frente ao Adémia. Ainda assim, na primeira parte, a equipa do ADCR Pereira arrancou uma exibição de bom nível e fez por merecer a vitória pelo que fez neste período, assentando o seu jogo numa atitude competitiva muito positiva posta em campo pelos jogadores chamados ao onze inicial. Destaque para a dinâmica conferida por André Rasteiro ao meio campo e pela capacidade de gerir o jogo na perfeição de Tarrafa, jogando de "cadeirinha" naquele setor do terreno, mostrando alguns pormenores de classe.
O Adémia  foi uma equipa, desde o primeiro minuto, fiel ao seu padrão de jogo, tentando sempre trocar a bola sobre o relvado, no entanto, foi vitima da sua própria filosofia, perdendo muitas bolas e tornando o seu jogo incipiente.
Pelo contrário, os homens da casa, muito pragmáticos, inauguraram o marcador após recarga vitoriosa de cabeça por Tarrafa, na sequência de um remate forte de André Rasteiro que o guardião sacudiu para a frente.
No segundo golo, os papéis inverteram-se. Bonita jogada em velocidade, com Tarrafa a servir André Rasteiro na grande área e este, à saída do guarda-redes, a não perdoar.

A segunda parte foi um deserto de ideias para os da casa que, simplesmente, se eclipsaram do relvado, permitindo o domínio total das operações aos homens da Adémia. Era altura também de conceder  oportunidades aos menos utilizados do plantel para adquirirem algum ritmo de jogo. Assim, foi sem surpresa, que numa das muitas oportunidades criadas, o Adémia reduziu o placard para 2-1 já perto do final. Perda de bola de Paulito e contra-ataque muito bem desenhado com o avançado do Adémia a só ter de encostar para o fundo da baliza de Pedro.

Resultado acaba por ser justo pela superioridade demonstrada na 1.ª parte do encontro.


Melhor em campo: André Rasteiro


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ADCR Pereira 2-1 Arzila

Bancadas bem compostas, como se previa, em Pereira, para assistir ao derby entre a equipa local e a rival de Arzila. Nota de interesse principal a incidir na possibilidade de, em caso de vitória, o ADCR Pereira ascender ao primeiro lugar da classificação em troca, precisamente, com o Arzila.


ADCR Pereira: Keci; Xano, Daniel, Rui Miguel, André Mendes; Fábio (Zé Macedo), Zé Miguel, Paulito (Renato); Daniel Heleno (Rúben), Rui Tinoco (João Carlos), Tarrafa.

Suplentes não utilizados: Luís, Didi, Deryk.

O jogo iniciou-se com as equipas a demonstrarem alguma dificuldade em assentar o jogo e em circular a bola no impecável Complexo Desportivo de Santo Estêvão. O Pereira, a quem competia ter a iniciativa de jogo, foi-se aproximando aos poucos da baliza do Arzila, no entanto, parecia ser uma equipa pressionada e pouco confiante aquela que entrou ontem em campo, a viver dos rasgos individuais de Paulito ou das aberturas de Tarrafa a solicitar os extremos. 

O ADCR Pereira veria, no entanto, a vida facilitada aos 8 minutos, após um disparate do guarda-redes contrário. Cruzamento largo para a área do Arzila e o guardião a perseguir o avançado pereirense e a derrubá-lo quando este corria para a bola, de costas para a baliza. Chamado à marcação da grande penalidade, Paulito mostrou serenidade e colocou a sua equipa na frente.
Aos 20 minutos, o momento do jogo. Lançamento nas costas da defesa, sobre a direita, para o supersónico Daniel Heleno que se antecipa à saída do guarda-redes e é derrubado, em mais um lance caricato do infeliz keeper. Segundo penalti no jogo para os da casa e expulsão para o guarda-redes, que obrigaria à sua substituição por um, até então, jogador de campo. Paulito voltou a chamar a si a responsabilidade mas, desta vez, permitiu a defesa do "improvisado" guarda-redes, embora haja algum mérito na forma como este se estirou.
Este lance teve o condão de enervar os homens da casa e, pelo contrário, de unir os forasteiros no objectivo de retribuir a confiança que lhes fora dada pelo seu companheiro, passando de um prenúncio de goleada à crença em resistirem até ao fim sem sofrer golos.
Aos 35 minutos, aconteceu uma daquelas situações em que o futebol é fértil. Depois de algumas oportunidades claras de golo falhadas pela ADCR Pereira, um canto para o Arzila permite que a bola seja recolocada na área, após ser rechaçada pela defesa local, e encontre um jogador forasteiro completamente sozinho a cabecear para o empate.
Ao intervalo, o resultado castigava o desacerto do ADCR Pereira.

Para a segunda parte, a jogar contra dez, o treinador João Marques fez o que lhe competia e colocou o melhor marcador da equipa em campo por troca com o médio defensivo Fábio. Notou-se desde logo a intensidade de jogo e a agressividade que este jogador traz para dentro das quatro linhas, colocando, logo aos 3 minutos, as capacidades do guarda-redes do Arzila à prova, após um grande remate espontâneo  sobre a direita.

Contudo, nem com o mote dado pelo seu avançado, a equipa se conseguiu soltar para uma melhor segunda parte, parecendo sempre precipitada e presa aos seus próprios equívocos tácticos. O meio campo pouco povoado, onde Zé Miguel lutou contra o mundo até à entrada de João Carlos, a falta de solidariedade dos extremos nos processos defensivos e a insistência na previsibilidade do jogo directo foram algumas das razões para que a equipa se mostrasse incapaz de desequilibrar o adversário, desaproveitando a vantagem numérica. 
A defesa, demasiado recuada, dava espaço a que, de quando em vez, a bola não fosse imediatamente recuperada e o Arzila se conseguisse soltar, aproveitando para respirar.

Por fim, quando todos já esperavam a igualdade, eis que a alma pereirense falou mais alto e, num último fôlego, conseguiu a vitória que fez "explodir" de alegria as bancadas. Remate enrolado após cruzamento para a área e Xano (o herói improvável) a encostar para o fundo da baliza. Na sequência dos festejos, o Arzila teria outro jogador expulso por agressão a Daniel.



Vitória muito sofrida do ADCR Pereira, que assim alcança o topo da classificação, mas que terá que fazer muito mais nos próximos jogos para permanecer na liderança.




Melhor em campo: Zé Miguel

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Olha quem fala...(com Cátia Rosa)

E eis que finalmente temos o orgulho de apresentar a nossa primeira entrevistada neste espaço!!! 
Considerada por muitos como um dos grandes alicerces do sucesso da atual Direção da ADCRP, é a prova que a sensibilidade feminina tem, cada vez mais, lugar num "mundo de homens" como o associativismo. Nesta entrevista, a Cátia fala-nos do trabalho efetuado, das dificuldades encontradas e da sua visão para o futuro do clube. 


1 - Boa noite, Cátia. Acompanhaste, desde o primeiro momento, o teu namorado, o Presidente Alexandre Tarrafa, neste sua “aventura” pelo dirigismo desportivo, sendo que se apresentam como as duas faces mais visíveis do projeto da atual Direção. Qual foi o teu papel na decisão de abraçar este desafio?

Boa noite. Desde cedo que estive envolvida em atividades da ADCRP tendo praticado voleibol durante muitos anos, o que me fez desenvolver um sentimento especial por esta associação. Esta foi uma decisão inteiramente tomada pelo Alexandre, à qual eu reagi com alguma surpresa pela responsabilidade e entrega que o compromisso exigia. Ainda ponderei, mas depois de refletir, achei que poderia ser aquele o momento de ser eu, e nós mais jovens, a contribuir para o desenvolvimento da nossa Vila e também a retribuir o que quem nos antecedeu fez para que nós, um dia, também nós pudéssemos ter atividades desportivas, culturais e recreativas na ADCRP.

2- Que balanço fazes desta experiência até agora?

Até ao momento julgo que o balanço é claramente positivo. Apesar de termos alguns momentos menos bons, no cômputo geral tem sido muito gratificante aprender novas coisas em diversas áreas, aprender a reagir à adversidade, conhecer melhor o nosso associativismo e sentir que, de alguma forma, posso também contribuir para termos uma ADCRP a representar um dos exemplos do associativismo.

3 – Alguma vez sentiste que a tua relação com o Presidente podia prejudicar mais do que beneficiar o vosso desempenho? Têm algum tipo de estratégia para deixar os problemas do clube à entrada de casa?

Nunca pensei que isso pudesse acontecer. Quando estamos a defender os interesses do clube temos que saber distinguir as coisas e ser o mais "profissional" possível. Como é natural, por vezes temos ideias e opiniões divergentes que acabam por ser discutidas e transbordam os limites das instalações da ADCRP. Por muito esforço que façamos, é inevitável que isso não aconteça, por isso acredito que qualquer estratégia que fosse delineada para deixar estes problemas à porta de casa não iria resultar.

4- Tens fama de ser rigorosa com as contas, de liderares o departamento financeiro desta Direção com um pulso de ferro. É verdade ou é exagero?

Bem...esta é uma pergunta complicada! Eu tenho consciência que tento impor algum rigor e disciplina nas contas da ADCRP, mas por outro lado também tem que haver uma certa flexibilidade nesta gestão. Quem tem partilhado esta experiência comigo na direção anterior e, também já nesta, sabe que a minha maneira de estar passa mais por disciplina. Neste aspeto a minha forma de estar na minha vida pessoal é aquela que aplico enquanto tesoureira da ADCRP. Não gosto de surpresas nesta área, prefiro planear muito bem os passos que dou, ponderar todos os prós e contras e não entrar na visão do "vamos avançar e depois logo se vê como corre"! Eu encarei este projeto com muito sentido responsabilidade, porque tenho a noção que esta direção tem que zelar sempre pela estabilidade e crescimento da ADCRP, tendo sempre presente o peso da responsabilidade que os sócios depositaram em nós para levar a ADCRP a bom rumo.

5- Ainda neste tema das finanças, qual o panorama que encontraste no clube? E quais têm sido as principais dificuldades sentidas no atual contexto de crise?

Na altura em que cheguei à direção da ADCRP já havia indícios de que esta crise se iria prolongar, obrigando-nos desde logo a tomar medidas de contenção de custos e a desenvolver iniciativas para aumentar a receita da ADCRP. A situação não era animadora e o associativismo tem sido um reflexo desta crise. Ao longo deste tempo temos sentido mais dificuldade em conseguir angariar patrocínios e apoios, assim como a nossa grande fonte de estabilidade, que é o apoio que nos é atribuído por parte da Câmara Municipal, também tem vindo a diminuir, estando mesmo nesta fase sob alguma indefinição. De dificuldades já estava/estávamos à espera quando a direção assumiu em 2011, mas de facto têm surgido algumas pelas quais não esperávamos e por vezes têm nos colocados em situações mais delicadas levando ao desânimo de quem trabalha para termos melhores condições para oferecer. Mas temos que olhar em frente, arregaçar as mangas e continuar a dar tudo o que podemos de nós para isso. É óbvio que aqui os nossos sócios também são a peça fundamental e, como sempre disse desde o início, temos que lhes agradecer pelo apoio e presença quando sentem que a ADCRP precisa deles.

6- Quais os principais objetivos nesta área? Ou seja, que te fariam terminar o mandato com a sensação de dever cumprido?

O meu objetivo nesta área é muito claro. Teria todo o gosto e orgulho em conseguir deixar a tesouraria da ADCRP numa situação estável que a dotasse de capacidade económica para que quem nos suceder continue a lutar por uma ADCRP com reconhecimento e capacidade de afirmação distrital e nacional, tanto ao nível desportivo como cultural.

7- Fala-se muito do projeto que a Direção tem em mãos para a (re)abertura do bar da associação. O que falta para ser uma realidade? E em que moldes está pensado?

Tem sido um ponto pelo qual no batemos há algum tempo e com compromisso assumido perante os sócios. É um processo complicado e de resolução demorada em que a parte financeira também não nos tem encorajado. Contudo, estamos muito próximos de chegarmos a um bom desfecho e, não querendo adiantar datas, se tudo correr bem, em breve os nossos sócios terão o bar da ADCRP aberto. Quanto ao funcionamento, ainda estamos a estudar e a delinear a melhor estratégia mas queremos que seja um espaço onde todas as secções participem e colaborem.

8- E quanto ao futebol? Já apreciavas ou aprendeste a gostar?

Sempre gostei de futebol! Desde pequena que o futebol faz parte do meu dia-a-dia e preenchia as minhas brincadeiras, embora desde que namoro com o Alexandre me tenha visto "obrigada" a conviver ainda mais com esta modalidade!

9- Sofre-se muito do lado de fora do campo? Como é lidar com as críticas de alguns adeptos?     

Já assisti a muitos jogos nos clubes por onde o Alexandre jogou, mas assistir a um jogo da equipa de Pereira é completamente diferente. Sofro imenso fora de campo porque eu sinto cada vitória que a nossa equipa alcança como uma vitória também minha, assim como cada um dos adeptos a deveria sentir como dele também! Felizmente, temos conseguido excelentes resultados nas competições em que participamos nos últimos tempos. As críticas aparecem sempre e por vezes não é fácil ouvi-las. Admito que também crítico quando os jogos não correm tão bem porque sei que temos valor para mais, mas depois do jogo tudo passa. Não foi por acaso que o lema que nos tem acompanhado desde a época passada é "Juntos somos mais fortes, unidos venceremos!"... Nós precisamos de nos unir cada vez mais para mostrarmos do que somos capazes! Tenho a certeza que todos os Pereirenses sentem orgulho em cada conquista que alcançamos e cada vez que vêm o nome de Pereira e da ADCRP nas páginas dos jornais por estes motivos!

10- Para terminar, revês-te no cliché que por trás de um grande Homem há sempre uma grande Mulher?

Acredito que o papel da mulher é essencial em qualquer organização, e esta direção reconheceu isso, tendo algumas nos diversos pelouros. Quanto à essência desta questão, tento dar o melhor de mim, acreditando que, juntamente com o Alexandre, desenvolvemos um bom trabalho de equipa.


Muito obrigado pelo convite!


Muito obrigado.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Derby à vista...

No próximo domingo, todos os caminhos vão dar ao Santo Estevão para apoiar os nossos jogadores!



Momento do jogo

Eis o momento do jogo, em que Pedro defende a grande penalidade que colocou a nossa equipa na fase seguinte da Taça INATEL.




GD Pomarense 1-1 ADCR Pereira (2-3 após g.p.)

No passado domingo, a equipa da ADCR Pereira deslocou-se à gélida freguesia de Pomares para disputar, contra a equipa local, a 1.ª eliminatória da Taça Fundação INATEL.

Equipa Inicial: Pedro, Xano, Mendes, Daniel, Rui Miguel, Fábio, Zé Miguel, João Tarrafa, Paulito, Tinoco (Heleno), Zé Macedo (Tarrafa).

Suplentes não utilizados: Keci, Renato, Deryk, Didi e Barroco.


O jogo começa com as duas equipas a respeitarem-se mutuamente e com os homens de Pereira a tentarem adaptar-se às condições encontradas, quer climatéricas, quer das reduzidas dimensões do terreno de jogo. Passado o período de adaptação, a equipa da ADCR Pereira começou a subir no terreno, jogando prático, simples e por vezes feio, assim exigia a natureza irregular do campo de Pomares. Foi, desta forma, que a ADCR Pereira criou as suas melhores ocasiões de golo do primeiro tempo, enquanto a equipa da casa apenas conseguia chegar à área pereirense através de lances de bola parada. Foi, no entanto, na sequência de um lance de bola parada que João Tarrafa se antecipa ao guarda-redes visitado e faz a bola sobrevoar toda a defesa da casa até encontrar o fundo das redes da baliza defendida pelos de Pomares, inaugurando desta forma o marcador mesmo sobre o final da primeira parte.

Na segunda parte, os homens de Pomares entraram com vontade de repor a igualdade na partida, acusando por diversas vezes a ansiedade para que tal acontecesse, perdendo bolas em zona proibida, que os jogadores da ADCR Pereira não conseguiram aproveitar. Com o subir das linhas da equipa de Pomares, os homens de Pereira começaram a ter mais espaço para jogar, conseguindo fazer chegar mais facilmente a bola à área adversária, acertando por duas dessas vezes no ferro da baliza e tendo visto um golo anulado a Zé Macedo. E como quem não mata morre, na única distração defensiva dos homens de Pereira em todo o jogo, a equipa de Pomares iguala a partida, já com apenas 10 homens em campo. Numa bola bombeada para a área, aparece sem marcação um homem da casa a rematar cruzado para defesa do guardião Pedro, mas na recarga este já não conseguiu evitar aquele que seria o golo da igualdade. 
Assim acabava o tempo regulamentar, com um empate que tinha de ser desfeito pela marcação de grandes penalidades.

Na marcação de grandes penalidades, a equipa da ADCR Pereira ganhou por 3-2. Foram chamados para a cobrança das ditas, Paulito, Rui Miguel, Tarrafa e Mendes, sendo Rui Miguel o único a não concretizar para a equipa de Pereira. Contudo, foi mesmo o guarda-redes Pedro a brilhar neste capítulo, garantindo a passagem dos homens de Pereira aos Quartos-de-Final da competição.



(crónica por Fábio André)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Resultado

O ADCR Pereira venceu hoje o Pomarense após grandes penalidades depois de se registar um empate a uma bola no final do tempo regulamentar. Segue, assim, em frente para a próxima fase da Taça INATEL.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CD Lavos 0-2 ADCR Pereira

A nossa equipa jogava, neste domingo, um jogo decisivo para os objectivos do clube na presente época. A partida, fora de casa, ante o CD Lavos, antevia-se de elevado nível de dificuldade.

Numa primeira parte em que as duas equipas se encaixaram tacticamente, não houve grande lances de golo. A equipa de Pereira controlou bem as ofensivas do CD Lavos, tentando sair em contra-ataque. A melhor oportunidade da primeira metade acabou por ser um livre directo marcado por Alexandre Tarrafa, com uma defesa de grande nível do guardião contrário.

Com as alterações feitas na segunda metade da partida, a equipa ganhou mais agressividade no meio campo acabando por criar várias ocasiões de golo. Foi num desses lances, em contra-ataque, que os de Pereira, aos 25 minutos, acabariam por chegar ao golo. Jogada pelo lado esquerdo do ataque com Rui Jorge a aguentar sucessivas cargas de adversários, acabando por servir José Macedo que, no centro da área, passa pelo guarda-redes e coloca a bola no fundo da baliza. 
O CD Lavos nunca baixou os braços, foi à procura do empate, e numa jogada envolvente acabaria proporcionou a defesa da tarde ao guardião Pedro. 
A cerca de 10 minutos do final da partida, José Macedo acabou com a esperança do CD Lavos em mais uma jogada de contra-ataque executada na perfeição. Bola metida nas costas da defesa local e hesitação fatal  do guarda-redes do CD Lavos a permitir que o melhor marcador pereirense fechasse as contas.
O jogo acabou por chegar ao fim com uma vitória justa da equipa de Pereira, que foi premiada pela sua entrega e qualidade táctica num confronto difícil, com uma das melhores equipas do campeonato.

De salientar o grande apoio que os nossos jogadores tiveram durante todo o jogo por parte dos seus adeptos que marcaram presença em Lavos, sendo o 12.º jogador.


Melhor jogador: José Macedo. 


(crónica por José Carlos)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Olha quem fala...(com José Carlos)

O nosso entrevistado de hoje decidiu recentemente colocar um ponto final na sua longa "carreira" de futebolista e abraçar um novo desafio duplo. Actualmente, acumula funções de Treinador-adjunto nas equipas de  Benjamins e de Seniores da ADCR Pereira.  Hoje, fala-vos o José Carlos, o responsável pelos nossos guarda-redes. 

1 -  Boa noite Zé. Depois de um longo período enquanto atleta, pelo que julgo saber, decidiste pôr fim a esse ciclo e abraçar o desafio de integrar as equipas técnicas do plantel sénior e dos escalões de formação. É um adeus definitivo? Qual a razão dessa tomada de decisão?

JC - Boa noite. É um adeus aos relvados mas não ao futebol. Neste momento, com 35 anos, já não me sinto com as capacidades físicas exigidas para poder dar o contributo necessário à equipa. Como tal, aceitei com muito orgulho e prazer o convite feito pela Direcção e respectivos treinadores para me juntar às equipa técnicas referidas.


2 - Foram muitos anos no activo, com passagem por diversos clubes da região. Fala-nos um pouco do teu percurso enquanto atleta. Como o  avalias? O balanço que fazes, é positivo? 

JC - Sem dúvida que sim. Desde a minha estreia aos 17 anos na equipa do ADCR Pereira, com uma subida de divisão, até ao último ano que joguei, em que conseguimos ser campeões da INATEL (agência de Coimbra), foram vários os clubes em que joguei. A Académica, nas camadas jovens, foi muito importante no meu crescimento como atleta. Também não me esqueço dos cinco anos que passei em Arzila, onde consegui as minhas melhores épocas em termos de golos. A subida de divisão no Académico do Paço, numa época sem derrotas, e um ano no Norton de Matos, clube que infelizmente acabou, foram igualmente marcantes. 

3 - Consegues identificar a tua melhor época? E o melhor golo?

JC - A minha melhor época foi em Arzila, onde marquei 24 golos num ano. O meu melhor golo não consigo dizer, mas lembro-me muito bem do golo que mais me marcou. Foi em 2008, em Pereira. Depois de 3 anos sem jogar futebol, voltei em 2008 e tinha o objectivo de voltar a sentir o prazer de marcar. E o primeiro golo depois do regresso foi muito especial.

4 - Começaste nas camadas jovens do ADCR Pereira. Quais as grandes diferenças que vês desses tempos para o presente?

JC - Quando comecei nas camadas jovens do ADCR Pereira, muitas vezes faltava água quente para tomar banho,  não tinha-mos muitas bolas e as instalações eram antigas e um pouco degradadas. Actualmente, o clube deve orgulhar-se das estruturas que tem. Temos um complexo desportivo muito bom para a prática desportiva e com condições para formar novos atletas. O clube em si também está diferente. Nos últimos anos, criou-se uma dinâmica de vitória interessante à volta do clube, algo que me agrada bastante.

5 - E agora, no papel de treinador, como têm corrido os primeiros tempos? Tem sido dentro das tuas expectativas ou tens ficado surpreendido com o que encontraste no clube?

JC - Posso dizer que tem sido muito fácil trabalhar, tanto com o Xano na equipa de Benjamins , como com  o Mister João na equipa sénior  Os jogadores também têm facilitado a minha integração na equipa técnica. Por agora, o balanço é muito positivo.

6 -  Para ti, quais as grandes diferenças entre treinar o futebol de formação e o futebol sénior?

JC - Para mim são coisas muito distintas. Enquanto no futebol de formação, como o nome indica, nós formamos futuros jogadores e homens, no futebol sénior temos de fazer uma gestão de homens, o que nem sempre é fácil. Outra das grandes diferenças entre eles é o modo como preparas o jogo e o jogadores. No futebol jovem, e numa primeira fase, deves sempre trabalhar os miúdos para que eles aprendam a jogar em várias posições e deves dar espaço para que evoluam tecnicamente. No futebol sénior, o factor táctico e psicológico é muito mais importante e trabalhado. Para mim, o nosso objectivo nas camadas jovens devia passar por formar jogadores para eles poderem vir a jogar em clubes de outra dimensão.  

7- Depois de um começo algo irregular da equipa principal, achas que os adeptos ainda podem sonhar com novo título?

JC - Claro que sim. Este ano a equipa tem mais soluções, os jogadores já conhecem os métodos de trabalho e as ideias do Mister João. Neste momento, é uma questão de continuar a trabalhar e acreditar. A equipa técnica acredita bastante nestes jogadores. Só espero que os nossos adeptos continuem a apoiar, porque sem eles seremos mais fracos.

8 - E no que respeita ao trabalho com os guarda-redes, como avalias os primeiros tempos?

JC - Tem sido muito positivo. Eles têm estado a assimilar muito bem os novos métodos de trabalho. Eles tem muita qualidade e vontade de trabalhar, o que facilita o meu trabalho.

9 - Quais os teus objectivos a médio/longo prazo? Tencionas vir a treinar uma equipa de Seniores?

JC - A curto e médio prazo o meu objectivo passa por ajudar os treinadores a alcançarem os objectivos com as respectivas equipas. O futuro a Deus pertence, não penso nisso neste momento. Vivo um dia de cada vez.

10 - Para finalizar, gostarias de deixar alguma mensagem para o balneário?

JC - Só quero dizer que acreditem neles pois a equipa técnica acredita. O maior adversário deles são eles mesmos. Se estivermos todos unidos, ninguém nos vence. Força Pereira!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

45.º Aniversário da Velha Guarda CAP





GDR Chã 3-3 ADCR Pereira


Tarde de Outono antecipava um belo espetáculo futebolístico para o jogo da jornada.

Equipa Inicial: Keci (Pedro), Peralta, Mendes, Daniel, Rui Miguel (João Tarrafa), Fábio (Joel), Zé Miguel, Barroco (Zé Macedo), Paulito, Rui Tinoco, Tarrafa (Daniel Heleno).

Suplentes não utilizados:  Xano, Deryk.

A primeira parte começa com a equipa de Pereira a impor a toada do jogo, com transições rápidas que confundiam em momentos a defesa adversária, onde Zé Miguel e Barroco assumiram grande destaque. Foi então, sem surpresa, que surge o primeiro golo da tarde, onde Tarrafa aproveita da melhor forma um passe lateral de Paulito e remata certeiro à entrada da área para o fundo das redes da equipa da casa. 
Passados 2 minutos, a equipa da ADCR Pereira poderia ter ampliado a vantagem num remate espontâneo de Tarrafa a meio do meio campo ofensivo, fazendo a bola embater com estrondo na barra da baliza defendida pelo guardião do Chã. A toada mantinha-se, com a equipa de Pereira bem nas marcações e criando jogadas rápidas com os seus extremos a chegarem com relativa facilidade ao último terço do terreno. Num desses lances, surge o segundo tento para a ADCR Pereira, num lance em que o guarda-redes aparentemente tinha a bola controlada, deixa esta escapar junto à linha de fundo e o sempre oportuno Tarrafa, praticamente sem ângulo, disfere um remate em arco, fazendo a bola entrar no canto superior esquerdo da baliza. 
Chega o intervalo com um resultado justo e perfeitamente adequado.

Sem que nada o fizesse prever, começa a segunda parte com a equipa da ADCR Pereira adormecida, contrariando o ritmo elevado praticado na primeira parte. Perante isto, logo nos minutos iniciais da segunda parte surge o golo da equipa da casa através da execução de uma grande penalidade, cometida por mão na bola de Daniel, na sequência de um livre direto. O jogo continua, com a equipa da casa a vir para cima da equipa da ADCR Pereira, procurando anular a desvantagem de um golo que se verificava no resultado. 
Foi, portanto, contra a corrente do jogo que o ADCR Pereira aumenta a parada, através de uma jogada praticamente perfeita entre Tarrafa, Tinoco e por fim Paulito a rematar forte e colocado sem hipóteses de defesa para o guarda-redes da casa. Com este golo, a equipa da ADCR Pereira respirou e cresceu no terreno, voltando a criar ocasiões de perigo. Numa dessas ocasiões, e depois de um grande trabalho individual de Tarrafa, um defesa da casa comete falta dentro de área, dando lugar à marcação de uma grande penalidade. Grande penalidade essa desperdiçada pelo jogador que a criou, Tarrafa. 
Logo após esta infelicidade, para surpresa de todos, em dois minutos a equipa da casa marca dois golos, tirados a papel químico, na sequência de dois pontapés de canto.

Empate com sabor amargo da equipa da ADCR Pereira, que não conseguiu aproveitar a vantagem alcançada.


(crónica por Fábio André)

sábado, 23 de novembro de 2013

Benjamins: ADCR Pereira 4 - 1 SC Ribeirense

A nossa equipa de Benjamins bateu hoje, em casa, o SC Ribeirense por quatro bolas a uma.







Parabéns, miúdos!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

De 0 a 10


Keci (7) - Jogo sem muitas oportunidades de intervir. Teve uma intervenção mais complicada na primeira parte mas bem resolvida. Esteve bem sempre que foi chamado a jogar com os pés.

Peralta (7) - Primeira parte com alguns erros de marcação que conseguiu compensar com a sua velocidade. É um jogador que deixa tudo em campo e nunca vira a cara a luta.

Mendes (7) - É um lateral com enorme vocação ofensiva. Esteve bem a defender e conseguiu por várias vezes apoiar o ataque. Esteve na origem do quinto golo, marcando o canto. Substituído aos 25 minutos da segunda parte.

Daniel Paixão (7) - Tarde acertada do líbero. Esteve sempre rápido e eficaz a fazer as dobras na retaguarda. Comandou bem a defensiva do ADCR Pereira.

Rui Gonçalves (8)  - Foi do Capitão o primeiro golo da equipa. Mostrou raça e empenho tanto nas acções defensivas como ofensivas. Esteve implacável na marcação e nas bolas pelo ar.

Fábio (7) - Foi o pêndulo do meio campo. Jogo sereno e bem conseguido do trinco da equipa. Esteve bem na primeira fase de construção jogando rápido e simples.

Zé Miguel (8)  - É o motor da equipa. Um jogador box to box. Esteve bem tanto a recuperar bolas como a fazer jogar. Saiu aos 15 minutos da segunda parte quando já tinha amarelo.

André Rasteiro (8) - Fez o melhor jogo esta época. Soltou rápido a bola e jogou simples. Deu profundidade ao meio campo e fez o melhor golo da tarde. Saiu aos 25 minutos da segunda parte.

Paulito (8) - Quando joga simples é uma mais valia para a equipa. Rápido e tecnicamente evoluído conseguiu por as suas qualidades ao dispor da equipa. Marcou o segundo golo e teve em vários lances de ataque.

Rui Tinoco (8) - Jogo muito bom do extremo esquerdo. Mostrou que não é preciso marcar golos para fazer grandes jogos. Rápido e desequilibrador pela ala esquerda. Esteve bem sempre que foi preciso defender e acompanhar o defesa adversário. Ainda teve tempo para assistir para dois golos da equipa.

Tarrafa (8) - Sempre presente nas manobras ofensivas da equipa. Foram dele as melhores oportunidades da primeira parte. Mostrou que é um elemento chave nos desequilíbrios ofensivos. Marcou um golo de livre na segunda parte acabando por ser substituído pouco depois.

Malhão (6) - Entrou na segunda parte para o meio campo. Teve alguma dificuldade em entrar no ritmo de jogo mas conseguiu equilibrar a zona de meio campo assim que acertou a marcação.

Zé Macedo (7) - É o tipo de avançado que os defesas detestam. Não dá uma bola por perdida nem vira a cara a nenhum lance. Entrou bem no jogo e ainda teve tempo para fazer o ultimo golo da partida ao finalizar na pequena área da melhor maneira.

Renato (6) - Fez os seus primeiros minutos este campeonato. Entrou para defesa esquerdo e esteve bem nos processos defensivos.

Ricardo (6) - Entrou a 20 minutos do final para a frente de ataque. Sempre muito batalhador, ainda viu ser -lhe anulado um golo após um livre directo.


(por José Carlos)

ADCR Pereira 6-0 CP Alqueidão

A tarde de sol que se fez sentir no Complexo Desportivo de Santo Estêvão, em Pereira, fazia antever um bom espectáculo futebolístico.

ADCR Pereira: Keci, Peralta, Daniel, Rui Gonçalves, Mendes (Renato), Fábio, Zé Miguel (Malhão), André Rasteiro (Ricardo), Paulito, Rui Tinoco, Tarrafa (Zé Macedo).

Suplentes não utilizados: Luís, Rúben Couceiro, João Tarrafa.

A equipa de Pereira entrou em campo pressionante e personalizada desde o começo da partida, mostrando que queria desde cedo resolver o jogo e deixar para trás o mau começo de época. 
Com o meio campo a jogar de forma simples e rápida, o ADCR Pereira foi-se acercando da baliza adversária e criando jogadas de bastante perigo. O tridente atacante esteve em evidência tanto pelas ocasiões criadas como pela eficácia demonstrada. Foi sem qualquer surpresa que à passagem dos 13 minutos, e numa jogada estudada, os homens da casa inauguraram o marcador pelo seu Capitão de equipa,  Rui Gonçalves. Rui correspondeu da melhor maneira a um canto apontado por Rui Tinoco na esquerda do ataque. 
O golo deu a confiança que faltava à equipa e foi sem surpresas que se viu uma equipa a trocar a bola rapidamente e a sair no contra-ataque de forma eficaz. E foi assim que à passagem do minuto 22, o ADCR Pereira chega ao segundo golo. Bola ganha a meio campo e lançamento rápido para Tarrafa que, descaído para a esquerda do ataque e já dentro da área, oferece o golo a Paulito. 
Ainda na primeira parte, os adeptos puderam assistir a uma das melhores jogadas do encontro. Jogada desenrolada pelo lado direito da  equipa, com troca de bola à entrada da área e uma excelente finalização de André Rasteiro. 
De referir que a equipa do CP Alqueidão só criou problemas à defensiva de Pereira em bolas paradas e num lance de bola corrida no qual Keci se opôs com qualidade.

O intervalo não trouxe nada de novo.  A equipa de Pereira entrou novamente com uma enorme dinâmica ofensiva, a jogar simples e a aproveitar os espaços vazios. À passagem do minuto 10 da segunda parte, Tarrafa aproveitou um livre directo à entrada da área para fazer o 4-0. O técnico da equipa da casa aproveitou a segunda parte para promover algumas alterações no onze sem que esta se tenha ressentido minimamente com as mexidas. O quinto golo nasce na sequência de um canto batido por Mendes. A bola passa por toda a pequena área e é um defesa da equipa de Alqueidão que introduz a bola na sua baliza. Ao minuto 33 e na sequência de um livre directo, Ricardo ainda viu invalidado um golo por fora de jogo duvidoso. 
Para fim de festa, foi a vez de Zé Macedo entrar também nas contas desta partida fazendo o sexto e último golo. Jogada pelo lado esquerdo e cruzamento de Rui Tinoco para finalização na pequena área.

O árbitro realizou uma partida sem grandes problemas, passando despercebido no jogo, algo que é sempre positivo.


(crónica por José Carlos)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Olha quem fala... (com João Filipe Galvão)

Depois do Treinador, do Presidente e do Capitão da ADCR Pereira, hoje damos voz a um adepto. Mas não um adepto qualquer. O nosso entrevistado desta semana é alguém que vive o futebol intensamente e, como o próprio faz questão de referir, cuja ligação ao clube é "quase umbilical". 


1 - João, desde muito novo ligado ao clube, começaste como atleta. Depois, uma lesão grave pôs-te fora de campo e iniciaste o teu percurso como treinador. A lesão apenas antecipou um futuro anunciado ou foi a forma que encontraste para te manteres ligado ao clube?

JFG - Sim, comecei como atleta mas a minha ligação ao clube começa antes. A minha ligação ao clube, não devendo ser única, é peculiar. O meu avô foi jogador do clube, para muitos mesmo o melhor, e capitão, e o meu pai foi jogador, capitão e treinador, logo a minha ligação começa quase no berço. É quase como que uma cátedra. Tenho e continuarei a ter uma ligação quase umbilical ao clube. No que diz respeito à questão propriamente dita, é óbvio que a lesão antecipou a decisão. Ainda que não tenha sido um praticante fora de série, é evidente que teria gostado de ter continuado a praticar. Não tendo sido possível, e aqui o meu pai teve um papel fulcral, optei pela vertente técnica. Em boa hora! Sou muito melhor treinador do que fui jogador, sem dúvida.

2 - Começaste nas camadas jovens do ADCR Pereira. Sabendo que continuas atento aos escalões de formação, pergunto-te se consideras que há talento no clube? Podemos estar descansados quanto ao futuro?

JFG - Continuo atento aos escalões de formação e sim, há talento. A rodos! Se podemos estar descansados quanto ao futuro, depende. No que diz respeito ao talento, claramente que sim, no entanto é necessário trilhar um caminho sustentado no que diz respeito à formação, o que não tem acontecido nos últimos anos, arriscaria a dizer que nos últimos 15/20 anos essa sustentabilidade não existiu e urge que as entidades decisórias olhem para a formação de uma forma séria e como a possibilidade real da evolução do e de um clube.
                                                                        
3 - De que forma pensas que um clube como o ADCR Pereira pode potenciar esse talento e evitar que os miúdos que se destacam saiam precocemente para outros emblemas?

JFG - Obviamente que será com a criação dos respectivos escalões de formação. Como disse na resposta anterior, é necessário um desenvolvimento sustentado e só desta forma é possível garantir a continuidade dos jovens no clube. Temos perdido grandes, enormes valores a partir da formação. Devo dizer, no entanto, que o presidente está a fazer um grande esforço neste sentido. Digo-o por saber ser verdade.

4 - Em termos de condições de trabalho, achas que ainda existe muito para fazer? Consegues identificar diferenças entre as que existiam no “teu tempo” e as que existem actualmente?

JFG - Relativamente às condições, bem, neste momento são magníficas. Não se pode exigir mais. Começando pela construção dos novos balneários e finalizando com a implantação do relvado, que está fabuloso, estas são condições inigualáveis. No que diz respeito às diferenças entre as condições do “meu tempo”, ou “nosso tempo”, e as actuais, não existe paralelismo possível. Relativamente às existentes enquanto jogador e posteriormente enquanto treinador, as actuais são sem dúvida melhores, no entanto devo ressalvar que enquanto treinador nunca me queixei e sempre desenvolvi, ou desenvolvemos, o meu/nosso trabalho com rigor e seriedade. Devo terminar utilizando uma citação de Fernando Pessoa, que serve também para finalizar as duas questões anteriores: “Condições de palácio qualquer terra larga tem, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”. É necessário explorar ao máximo as potencialidades daquele espaço magnífico, caso contrário ficará sempre a sensação de subaproveitamento…

5 - Depois, veio a experiência como Treinador-adjunto nos Seniores, numa época em que a equipa ficou aquém das expectativas. O que correu mal?

JFG - A experiência como adjunto nos Seniores foi uma experiência enriquecedora, como faço questão que todas sejam, no entanto, de facto, não correu dentro do esperado. Desde logo, porque não começou bem, com um vazio directivo que quase deitou tudo a perder. E depois, porque se começou muito tarde, com indefinição de quem seria o treinador, se haveria, eventualmente, dinheiro para a inscrição de jogadores e de todas as operações logísticas inerentes. Depois, no plano pessoal, houve, claramente, muita falta de experiência da minha parte. Aliás, costumo confidenciar que comparando a actualidade com aquela altura, eu não sabia praticamente nada. No entanto, foi uma experiência que me ajudou a crescer, isso é lógico, não tenho dúvidas e, apesar de tudo, tive muito gosto. Afinal, estava a representar o meu clube.

6 - Tencionas um dia voltar a trabalhar no clube como Treinador principal?

JFG - É lógico que tenciono, aliás nunca o escondi e nem nunca fiz, nem faço, questão de o esconder. As pessoas sabem o que sinto pelo clube. Mas devo dizer que não faço disso um “cavalo de batalha”. Serei treinador principal quando tiver que o ser e quando ou se o entenderem…

7 - Já no AR Casaense, voltaste a treinar os escalões de formação. Quais as diferenças encontradas? Na altura, não te sentiste a regredir? Ou, pelo contrário, achaste que devias “dar um passo atrás para depois dar dois à frente”?

JFG - A principal diferença que identifiquei foi a organização do clube. Encontrei um clube extremamente organizado, com planificação de tudo, desde qual o balneário onde cada escalão equipava, até à obrigatoriedade de cada elemento do clube, incluindo os treinadores, se apresentar nos treinos ou jogos com o equipamento e as respectivas insígnias do clube. Na altura, sinceramente, não considerei ser um passo atrás. Na época anterior tinha tomado a decisão de sair do ADCR Pereira porque me sentia agarrado ao lugar e senti que os jogadores tinham a necessidade, e porque não o direito, de conhecer um novo treinador, com outros processos, outros métodos. Não há treinadores iguais. Saí sem nenhum convite. Em Junho de 2010, durante uma conversa meramente informal com o Paulo Barreirinhas, amigo e antigo colega de equipa, falei-lhe da minha decisão e um mês depois estava no AR Casaense. Considero que foi a viragem no meu processo evolutivo. Conheci treinadores fantásticos, inclusive o próprio Barreirinhas, e dois deles são as minhas grandes referências, a par do Fernando Gonçalves, de quem fui adjunto, e do meu pai, claro. São eles o Rui Carlos e o Jorge Rodrigues. O Rui é um mestre do futebol, antigo jogador profissional de Académica, Estoril, entre outros, ensinou-me muito, muito mesmo, respira futebol. Com o Jorge foi algo de inexplicável. Treinámos os Iniciados e criámos uma empatia difícil de descrever, que se transferia para a equipa, tanto ao nível do treino como do jogo. Fizemos uma grande época, na qual alcançámos o 3.º lugar na classificação, à frente, por exemplo, da Académica. Tive um prazer enorme em trabalhar com os dois. Foi uma experiência incrível e, hoje, tenho um grande respeito pelo AR Casaense.      

8 - Neste momento, estás afastado do futebol por opção ou os convites não têm surgido?

JFG - Estou afastado por opção. Felizmente, os convites têm surgido, até de uma equipa do distrito de Leiria. Não aceitei nenhum até agora por considerar não ser “aquele” convite, apesar do convite do clube do distrito vizinho ser muito, bastante aliciante, a distância falou mais alto. No entanto, continuo aberto a propostas e tenciono voltar a treinar tão brevemente quanto possível.

9 - O ADCR Pereira começou o Campeonato de forma irregular, com uma vitória e duas derrotas. Como espectador atento que és, o que pensas do actual momento da equipa?

JFG - O que o ADCR Pereira precisa, neste momento, é de tranquilidade. Não vou tecer grandes comentários, mas sei que têm um grupo forte e vão ser capazes de ultrapassar o momento. São situações que acontecem e só não passa por elas quem nunca dirigiu uma equipa. Ser treinador é mais difícil do que as pessoas imaginam…

10 - Em tua opinião, o que tem falhado? Consegues apontar alguma vertente do jogo que necessite de ser melhorada?

JFG - Conseguir, consigo. No entanto, não me parece ético estar a tecer tal tipo de apreciação neste espaço. Por respeito ao Mister João, mas, sobretudo, por respeito à instituição que me ensinou a ser jogador, a ser treinador e, especialmente, a ser Homem, não o farei. Além disso, como disse na resposta anterior, a equipa precisa de tranquilidade.


Muito Obrigado!